Dissimula
Doces ilusões que se empalidecem com o escorrer da maquiagem. Doloridas ilusões que se esfacelam em carne viva. Ilusões vindas de lugar nenhum - das telas de vidro - ficções, esquizofrenias, vazios, suicídios. - E se tudo fosse bom e belo, e se tudo fosse verdade? E se a fala realmente criasse realidades? E se existisse a amizade? O que tateamos com tanta pressa? O que ensurdecemos com tantas palavras? Agridoce ilusão... Por quais caminhos subterrâneos atravessa o desespero? Por quais dissimulações se evita arrancar a máscara e sangrar até a morte? Quantas cascas, e coices, e couros, e carapaças, quantas trapaças? Quantos enganos, engodos, engasgos, grunhidos, quantos sarcasmos, sarjetas, sacanagens, e todo tipo de imundícies para se forjar o que não se é?