Postagens

Mostrando postagens de maio, 2013

Dissimula

Doces ilusões que se empalidecem com o escorrer da maquiagem. Doloridas ilusões que se esfacelam em carne viva. Ilusões vindas de lugar nenhum - das telas de vidro - ficções, esquizofrenias, vazios, suicídios. - E se tudo fosse bom e belo, e se tudo fosse verdade? E se a fala realmente criasse realidades? E se existisse a amizade? O que tateamos com tanta pressa? O que ensurdecemos com tantas palavras? Agridoce ilusão... Por quais caminhos subterrâneos atravessa o desespero? Por quais dissimulações se evita arrancar a máscara e sangrar até a morte? Quantas cascas, e coices, e couros, e carapaças, quantas trapaças? Quantos enganos, engodos, engasgos, grunhidos, quantos sarcasmos, sarjetas, sacanagens, e todo tipo de imundícies para se forjar o que não se é?

Você diz...

Você diz que a culpa é da filosofia mas não percebe sua loucura a cada dia. Você cria, recria, mente, desmente suas categorias mas entre o dizer e o fazer há um intransponível querer. Você diz que a culpa é da filosofia mas se deixa levar Você faz e desfaz fala e volta atrás dá com a língua nos dentes demais. No entanto, ouça meu canto, mais vale calar, amar e errar. Mais vale a solidão e a dureza do não do que boca cheia e vazio coração.

Do Antigo

Ele era do tempo em que ainda se acreditava na imagem, na palavra em que não se temia a ação livre, despojada e sua má interpretação. Ele aparecia, sorria se expunha argumentava, contrastava e até dançava. Ele era do tempo em que as coisas não se tornavam descartáveis, banalizáveis, estupidamente consumáveis. Era do tempo em que se sonhava e se podia levar a sério a inventiva porção de seu espaço mais íntimo, que era o coração.