Lá vai o camelo
a carregar todo o peso do mundo
ele sabe, ele leu, ele pode
é pesado, carregado e poderoso!
Lá vai o camelo
a cobrar o "tu deves"
a mostrar o quanto falta
e o pouco que lhe resta
Lá vai o camelo:
mandando, desencantando, mostrando
que só pode quem carrega -
brochas de um mundo conhecido
Lá vem o leão
que já não aguenta mais
tanto peso e dever
e tudo deixa pra trás
Lá vem o leão
ele ruge, ele avança, ele espanta
toda a carga que não quer
ele se liberta e diz: não é!
Lá vem o leão
ele destroçou os domínios
ressentido, fugiu para o deserto
e lá vive sozinho
Nasce a criança
ela esquece, ela brinca, ela cria
não existe mais peso nem domínios
é um novo começo
Nasce a criança
e ela diz: Sim!
quer vida, quer devir, quer o mundo
quer ser o que puder - criança
Nasce a criança
a eterna, o retorno, o novo
já não existe poderes, mágoas, impossibilidades -
que nasça a criança minha!
terça-feira, novembro 29, 2011
segunda-feira, novembro 21, 2011
Só gente
Nas palavras
solitárias
tanta gente
Nas solitárias
gentes
tanta palavra
Nas gentes
palavras
tão solitárias
solitárias
tanta gente
Nas solitárias
gentes
tanta palavra
Nas gentes
palavras
tão solitárias
domingo, novembro 20, 2011
sexta-feira, novembro 11, 2011
Ouro Negro
Ouro Preto
pedras sangrentas
de tormentos arquitetados
sofrimento.
O preto não ficou com o ouro
mas deu o ouro de si:
patrimônio histórico da humanidade
memória jamais esquecida
pela triste beleza das pedras.
pedras sangrentas
de tormentos arquitetados
sofrimento.
O preto não ficou com o ouro
mas deu o ouro de si:
patrimônio histórico da humanidade
memória jamais esquecida
pela triste beleza das pedras.
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