sexta-feira, janeiro 30, 2015

Essai

L'essai : la forme sans contenu
Le texte-mouvement
La tessiture ouvert, à exposer
Le poignet coupé
et, à partir de lui
jaillissant acte
Acte, encore manqué

La Nature sans essence
monadique apparence
L'artificiel : sans l'opposé
fruit du perfaire
sans savoir pourquoi ou qui

L'essai c'est un acte, un actuer
c'est un fait, un factuar
c'est un faire qui dans ses entrailles
c'est seulement acte à s'ecrire -
"succulent et nerveux"...

Cura

Viver dói
e como se não bastasse
também machuca.
Caso é que a dor pode ser tão grande,
e o machucado tão profundo,
que chega até matar.

quarta-feira, janeiro 21, 2015

Um sonho

Senti em meu peito
um imenso céu azul
com nuvens brancas flocadas
uma mistura de liberdade e alegria
um estado de tranquila euforia

Senti a pulsação
do amor infinito
num curto período
de tempo perfeito

Senti bem aqui
dentro do meu peito
a transcendência da felicidade
a imensa necessidade
de viver e amar por inteiro

Atenção!

Acabaram-se todas as ofertas
para se viver um amor
inteiro e verdadeiro -
agora deve-se amar
aos poucos e à prazo
também pode ser comprado
no cartão de crédito
e parcelado

Poeminha

Há momentos
que ficam pra eternidade
pra nunca mais
pra saudade
momentos que jamais voltarão
e que ficarão apenas
na nossa lembrança,
guardados em versos
em um caderno velho
dentro da gaveta
do fundo do coração!

Auto-retrato

Eu, que nunca sei o que sou

e ainda ando a tropeçar sobre

os castelos de areia que construí,

acho mesmo difícil de acreditar

que somos algo tão sério e seguro

como queremos transparecer -

acho mais fácil aceitar e dizer

quão tolos e trêmulos

temos sido em nosso viver.

sábado, janeiro 17, 2015

Quintal

Meu quintal
meu universo
Tudo ali
é processo:
criação de mundos
e estrelas
joias e
brincadeiras
alegrias
e tristezas -
é onde me encontro
e me desfaço
comigo trombo
ao acaso
é onde me enterro
e ressuscito
é onde me dou
e me permito
é meu espaço
sem tempo
é meu diálogo
ao vento
é minha terra
fecunda
minha viagem
à lua
meu raio de sol
meu pedaço
de grama
árvore com rede
e ao chão
estendida a canga:
é o direito de
simplesmente viver
respirar, falar bobagens
e devanear
direito de ser ninguém
ou, apenas, alguém
alguém como um pássaro
ou uma eterna criança
alguém que faz versos bobos
e disso não se envergonha
alguém que ainda se apaixona
pela beleza do mundo
pelo sentir profundo
pelo olhar fecundo
pelo sorrir conjunto
é o paraíso
ainda não perdido
é o tempo
propício
é a companhia
das musas:
sem medos, remorsos,
traumas, divórcios
é o viver
no puro ócio -
é a simples e pura
graça da vida.

Sentido da poesia

 Alguém me disse que a poesia precisa ter sentido, dizer coisas conexas, senão, não é poesia. O que é ter sentido?  Que sentido é esse que s...