sexta-feira, setembro 18, 2009

Machucado

Pensar demais enjoa
Dá dor de cabeça
Causa ânsia
Azia, gastrite e até úlcera...
Pensar demais te deixa endurecido, furioso
Austero e nervoso
Sim! Nervoso!
Com os nervos á flor da pele
E deixa tua pele irritada
Machuca teu corpo!
Será que você ainda não percebeu
Que pensar demais te faz mal?
Ainda porque não se resolve a vida em só pensar
Precisamos de tempo
Da conquista da sabedoria
O que requer não só inteligência
Mas também amor...
Pare de pensar! Deixe a vida transcorrer
Deixe a vida te mostrar os caminhos...

Sentir Apenas

Sabe
Ás vezes você se isola
Em seu mundo de pensamentos
Análises, concepções, opiniões, preconceitos
Fica com a testa enrugada
Com a cara amarrada
Achando que pode entender tudo
E que isso irá te curar de ser
Um ser defeituoso e fraco
Mas o pensar demais
Não te faz melhor
Não te faz mais bonito e sensível
O que te deixa mais bonito
É quando você se permite
Sentir apenas
Sentir o toque
O vento, o sol
Sentir a grandeza que é estar vivo
Ver a beleza de uma flor
Do canto de um pássaro
Das ondas que incessantemente se quebram à beira-mar
Você também fica mais belo
Quando percebe o teu corpo
Sente os teus cabelos balançando-os
As tuas mãos se movem em gestos delicados
Permite teu corpo bailar ao som da vitrola
Deixa-se enamorar por um outro alguém
E relaxa...
Sorri
Deita
Brinca
Acha bonito
Arregala teus olhinhos surpresos com a própria vida
Que não pode ser pensada em seu todo
Muito menos compreendida...

Fritando os Miolos

Se o mundo existe para não ser pensando
Então as pessoas não estão aí
Para ser analisadas e julgadas

Não é a minha tarefa
Enquanto ser vivente
Observar e criticar os outros

Mas sim com eles apenas estar
O que poderei eu acrescentar?
Sentir! Eis o meu designo

Quanto aos que só julgam e que assim pensam ser superiores
Deixe-os fritar seus miolos à toa
E sozinhos...

Uma Semente

Plantei em meu jardim
Uma semente bem pequenina
E dela cuidei
Com muito carinho e responsabilidade
Água, quando de água precisava
Ou sol
Ou sombra
Ou atenção
E assim uma linda flor nasceu
Nasceu bem pequenina
E dia a dia passados
Ela foi crescendo
Primeiro um brotinho
Depois um botão
Que não tardou desabrochar
Exatamente em seu momento de completa maturação
Numa bela flor
Amarela!
E essa flor alegrou o meu jardim
Fez-me mais feliz
Deixou-me tão bem!
O nome dessa flor?

Amor!

Ela

Prateada
Estava ela
Lindamente
Em seu vestido
Cor de prata
Resplandecente
Tardia
Subiu com toda sua calma
Em meio à escuridão
Iluminou o céu
Transformou a noite sombria
Numa profunda noite
De lua cheia...

quinta-feira, setembro 03, 2009

Poesia Sangrenta

Estou sangrando
Escorre por entre minhas pernas sangue
Sai sangue de mim!
SAI SANGUE DE MIM!
E eu me aquieto
Recolho-me
Escondo-me
Num canto profundo da sala
Num recanto profundo de mim mesma
Sangro sem parar por cinco dias
POR CINCO DIAS!
A cada vinte e sete dias

É um sangue denso
Vermelho escuro
É o sangue da vida
Que dá vida
Que sangrou com a não concepção de um ser
De um filho meu
Que sangrou
Que escorreu
Que limpou e levou consigo a semente...
Virão outras a cada mês
A cada mês
Uma nova semente...

Amo

Amo
O amanhecer
E também o astro rei
Mas, amo o amanhã

Amanhã eu amarei
Amarei antes
Com amor amadurecido
Afundado em mim

No amplo
Âmago
Do ar
Ausente

Austero
Atrofiado
E ainda
Ardente

Amado
Sim, amado!
Assim
Do jeito que é

Aberto
Abusado
Abstrato
Alienado

Mas, amanhã...
Amanhã estarei aí
Ou aonde for
Para ser o agora
A hora nossa
De amar.

Um Daqueles

Era um daqueles
Que me transporta
Para um olhar de fora
Mostra-me coisas desconcertantes
Revela-me artificialidades
Medos, inseguranças
Pensamentos mudos
Sentimentos obtusos

Que me mostra o descompasso
O desacerto
A desconfiança
E no distanciamento que aproxima
Quase que de surpresa
Vejo a falta de sintonia
A desarmonia
O desagrado

Tristemente
A tristeza
A solidão
O vazio
O nada
Teu nada
Meu nada
A inutilidade de tudo
Do fazer
Do agir
Do buscar
E nunca
Nunca chegar

quarta-feira, setembro 02, 2009

Você

Fechei os olhos
Para ver
Se não te via
Mas você veio
Vinculou-se no meu silêncio
Voltou-se para mim
Cheio de vida
De vontade
Mostrou-me verdades
Cativou-me
E agora
Já vais?

Fim da Tarde

Nesta hora
Da viuvez da tarde
Me sinto parada no tempo
Como se tudo estivesse acontecendo
Agora
Menos comigo
Eu?
Eu estou contemplando
E quem mais estaria fazendo o mesmo nesta hora?
- É muita correria!
Todos dizem
- Agora tenho que ir! Não tenho mais tempo!
É... Deve ser que ele (o tempo)
Que os tenha!
O tempo os leva... E assim
Com tanta pressa
Leva os muitos
Que não têm tempo para perceber
Que são escravos das horas
Carregados pelas correntezas do relógio.

Companhia

Os pássaros

Nunca estão só

Sempre com seus pares

Pousam nos galhos

Voam pelos ares.

Inocência

Tem uma certa idade
Quando se é bem pequenininho
Em que ainda acredita-se no ser humano
A pequena criança olha para o outro
E sorri
Sem conhecê-lo
Apenas por ser ele um ser humano...

Board

Deslizando pelos ares
Sentindo
Mente e corpo
Fluir
Sentindo o ser
Ser esse todo
Que somos
Diverso e uno ao mesmo tempo
Com o espaço
Meu corpo pega velocidade
Meus pés viram asas
Alisando
Deslizando
Acariciando
A superfície terrestre
Hora dando saltos de alegria
Hora giros de contemplação
Me permitindo ser levada
Na velocidade da vida
Da vida sobre rodas

Para Brincar

Eis a utilidade de qualquer uma coisa:

Ser brinquedo.

Sentido da poesia

 Alguém me disse que a poesia precisa ter sentido, dizer coisas conexas, senão, não é poesia. O que é ter sentido?  Que sentido é esse que s...