Perdi a afinação
a finura na ação
perdi a proporção
a ventura da emoção
perdi a ventilação
a doçura da razão
perdi o coração
no precipício
do não.
segunda-feira, maio 26, 2014
Profundo
Profundo
não é nenhum texto de todo esse mundo
profundo
é o canto de um pássaro
quando sentido num segundo
de silêncio das palavras:
ecoa em mim
a antiguidade do universo
a profundidade do espaço
a raridade do momento
a efemeridade da minha vida.
Desintegra-se toda a firme certeza
da profissão de fé que se faz da letra
esfacela-se a falha crença
numa verdade já dita e escrita
dissolve-se a bela e imperiosa
imagem do homem distinto.
O que fica?
Tudo o que sempre foi
antes do dito e escrito
todo o impronunciável
e até mesmo o inaudito.
Tudo o que não fomos
nem nunca seremos
mas que de alguma maneira somos parte
superficialmente produzindo palavras
ideias, explicações, poemas
no raso, na beira, na borda,
mas não no fundo.
não é nenhum texto de todo esse mundo
profundo
é o canto de um pássaro
quando sentido num segundo
de silêncio das palavras:
ecoa em mim
a antiguidade do universo
a profundidade do espaço
a raridade do momento
a efemeridade da minha vida.
Desintegra-se toda a firme certeza
da profissão de fé que se faz da letra
esfacela-se a falha crença
numa verdade já dita e escrita
dissolve-se a bela e imperiosa
imagem do homem distinto.
O que fica?
Tudo o que sempre foi
antes do dito e escrito
todo o impronunciável
e até mesmo o inaudito.
Tudo o que não fomos
nem nunca seremos
mas que de alguma maneira somos parte
superficialmente produzindo palavras
ideias, explicações, poemas
no raso, na beira, na borda,
mas não no fundo.
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