terça-feira, novembro 29, 2011

Dos três devires, como falou Zaratustra

Lá vai o camelo
a carregar todo o peso do mundo
ele sabe, ele leu, ele pode
é pesado, carregado e poderoso!

Lá vai o camelo
a cobrar o "tu deves"
a mostrar o quanto falta
e o pouco que lhe resta

Lá vai o camelo:
mandando, desencantando, mostrando
que só pode quem carrega -
brochas de um mundo conhecido

Lá vem o leão
que já não aguenta mais
tanto peso e dever
e tudo deixa pra trás

Lá vem o leão
ele ruge, ele avança, ele espanta
toda a carga que não quer
ele se liberta e diz: não é!

Lá vem o leão
ele destroçou os domínios
ressentido, fugiu para o deserto
e lá vive sozinho

Nasce a criança
ela esquece, ela brinca, ela cria
não existe mais peso nem domínios
é um novo começo

Nasce a criança
e ela diz: Sim!
quer vida, quer devir, quer o mundo
quer ser o que puder - criança

Nasce a criança
a eterna, o retorno, o novo
já não existe poderes, mágoas, impossibilidades -
que nasça a criança minha!


segunda-feira, novembro 21, 2011

Só gente

Nas palavras
solitárias
tanta gente

Nas solitárias
gentes
tanta palavra

Nas gentes
palavras
tão solitárias

domingo, novembro 20, 2011

sexta-feira, novembro 11, 2011

Ouro Negro

Ouro Preto
pedras sangrentas
de tormentos arquitetados
sofrimento.
O preto não ficou com o ouro
mas deu o ouro de si:
patrimônio histórico da humanidade
memória jamais esquecida
pela triste beleza das pedras.

Sentido da poesia

 Alguém me disse que a poesia precisa ter sentido, dizer coisas conexas, senão, não é poesia. O que é ter sentido?  Que sentido é esse que s...