Não se para o tempo -
por muito tempo se é jovem
a ponto de se fazer acreditar que
o seremos pra sempre
mas a vida passa, não tarda
e você olha pela janela e pelo espelho
e nada mais é o mesmo
sulcos, sobras, rugas e dobras
é o que se faz nas superfícies
da terra e do corpo:
é que toda água seca
todo rio desemboca
todo corpo desintegra
e todo vivo morre
e vai embora
domingo, junho 28, 2015
O que vale
Nem torres, monumentos, arquiteturas,
catedrais, quadros, ou ruas,
nem congressos, conferências
ou aulas magistrais,
nem bibliotecas, livros,
documentos originais,
nem Europa, cidades, vinhos,
culinária francesa, italiana
castelos ou moinhos...
De tudo que vem e vai,
mesmo o mais belo
como o pôr do sol,
rios, flores, pássaros,
o que realmente
me impressiona e encanta
é ainda a alma humana
catedrais, quadros, ou ruas,
nem congressos, conferências
ou aulas magistrais,
nem bibliotecas, livros,
documentos originais,
nem Europa, cidades, vinhos,
culinária francesa, italiana
castelos ou moinhos...
De tudo que vem e vai,
mesmo o mais belo
como o pôr do sol,
rios, flores, pássaros,
o que realmente
me impressiona e encanta
é ainda a alma humana
quinta-feira, junho 25, 2015
Sinão
Sim, mas sim!
Sim, mas não!
Sim que é sim, sim que é não,
não que é sim, ou talvez,
apenas solidão.
Amor que é ódio,
verdade pura mentira,
o eu que não se acha,
o outro que é apenas eu mesmo.
Paradoxos aberrantes
das tristezas sorridentes
e das falsidades
que se dizem amizades.
O auto-engano
que se quer realidade
e a fantasia que a tudo
melhor explica.
Máscaras coladas às faces
faces sem formas
corpos sem memórias
palavras sem fundo
limpeza que nunca se livra do imundo:
é esse o mundo caduco
que habita na cavidade
cerebral do obscuro
é essa toda a falação do mudo,
é essa toda a solidão
que se vive em grupo.
Sim, mas não
afirmação da pura
negação.
Sim, mas não!
Sim que é sim, sim que é não,
não que é sim, ou talvez,
apenas solidão.
Amor que é ódio,
verdade pura mentira,
o eu que não se acha,
o outro que é apenas eu mesmo.
Paradoxos aberrantes
das tristezas sorridentes
e das falsidades
que se dizem amizades.
O auto-engano
que se quer realidade
e a fantasia que a tudo
melhor explica.
Máscaras coladas às faces
faces sem formas
corpos sem memórias
palavras sem fundo
limpeza que nunca se livra do imundo:
é esse o mundo caduco
que habita na cavidade
cerebral do obscuro
é essa toda a falação do mudo,
é essa toda a solidão
que se vive em grupo.
Sim, mas não
afirmação da pura
negação.
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