Você me disse que tentava ser
E eu fiquei a pensar
O quanto já é em tentar
domingo, fevereiro 28, 2010
100 Razão
Como pode
Da ínfima matéria
do lápis à atmosfera
Tão grande flor desabrochar?
Como pode arder tanto em meu peito
Ao qual não tenho direito
Transcendente sentimento
Vir aqui se atracar?
Como é possível
Sobrevoando rios e barrancos
Matas, cidades, prantos
Tão distante pulsar?
Como pode
Qual chama acesa
Incandescente estrela
Tanto queimar?
Como pode ir e vir
E ainda resistir
Outono, verão, primavera
Toda estação perdurar?
Inexplicável é
Como o pairar dos astros
Tal qual o sopro de vida
Assim é...
Sem explicação
Não há razão
Ela que é tão pequena
Diante do coração
Da ínfima matéria
do lápis à atmosfera
Tão grande flor desabrochar?
Como pode arder tanto em meu peito
Ao qual não tenho direito
Transcendente sentimento
Vir aqui se atracar?
Como é possível
Sobrevoando rios e barrancos
Matas, cidades, prantos
Tão distante pulsar?
Como pode
Qual chama acesa
Incandescente estrela
Tanto queimar?
Como pode ir e vir
E ainda resistir
Outono, verão, primavera
Toda estação perdurar?
Inexplicável é
Como o pairar dos astros
Tal qual o sopro de vida
Assim é...
Sem explicação
Não há razão
Ela que é tão pequena
Diante do coração
terça-feira, fevereiro 23, 2010
Mais do mesmo
Não sei o que é o amor
Talvez nunca saberei
Visiono apenas frações
Fragmentos desse grande Ser
Ele é um pouco do vento que sopra
De um pássaro a voar
Um pôr do sol
Uma folha a rodopiar
Tem também na flor que desabrocha
Num sorriso sincero
No fogo, numa tocha
Naquilo que espero
Um arco-íris pode me dizer sobre ele
As ondas incessantes a ondular
O rio que corre, a lágrima que escorre
A profundidade de um olhar
Ele é aquele algo que não se denomina
Não se detém
Não se aprisiona
Nem se apropria
É livre
Leve
Lindo
E singelo
Como a flor
Como o pássaro
Como as águas
Como você
Talvez nunca saberei
Visiono apenas frações
Fragmentos desse grande Ser
Ele é um pouco do vento que sopra
De um pássaro a voar
Um pôr do sol
Uma folha a rodopiar
Tem também na flor que desabrocha
Num sorriso sincero
No fogo, numa tocha
Naquilo que espero
Um arco-íris pode me dizer sobre ele
As ondas incessantes a ondular
O rio que corre, a lágrima que escorre
A profundidade de um olhar
Ele é aquele algo que não se denomina
Não se detém
Não se aprisiona
Nem se apropria
É livre
Leve
Lindo
E singelo
Como a flor
Como o pássaro
Como as águas
Como você
Fazendo Arte
Entrecruzo versos
Faço cálculos poéticos
Talvez desvendo mistérios
Ou, quem sabe,
Confundo impropérios
Teço uma colcha de retalhos
Ou um mosaico
De corações despedaçados
Não sou adivinha
Menos ainda matemática
Só um pouco artista
Tentando dar mais beleza
A esta vida
Faço cálculos poéticos
Talvez desvendo mistérios
Ou, quem sabe,
Confundo impropérios
Teço uma colcha de retalhos
Ou um mosaico
De corações despedaçados
Não sou adivinha
Menos ainda matemática
Só um pouco artista
Tentando dar mais beleza
A esta vida
domingo, fevereiro 21, 2010
De Dentro do Ovo
Para aquele que conseguiu
Parar de olhar para o próprio umbigo
Óh! Quantos olhos a nos espiar!
É tudo tão mais vasto
Tão maior do que se imaginava
Tão vago
Incerto
Múltiplo
Tão diferente de si
Obstante do próprio espelho
Até mesmo assustador
Não há controle!!! (um grito de desespero se ouve)
Vejo feixes de luz
Por entre a casca do ovo
Que se rompe
Parar de olhar para o próprio umbigo
Óh! Quantos olhos a nos espiar!
É tudo tão mais vasto
Tão maior do que se imaginava
Tão vago
Incerto
Múltiplo
Tão diferente de si
Obstante do próprio espelho
Até mesmo assustador
Não há controle!!! (um grito de desespero se ouve)
Vejo feixes de luz
Por entre a casca do ovo
Que se rompe
Secreto
Não mais tarde
Enquanto dura
Quanto valha
Esta hora absurda
Em transformar o abstrato
Em concreto
O pensando
Em verso
Como um parto
Do invisível
Que sai das entranhas
E morre escorrido à terra
Proferido
Ganha-se vida
Para tão logo
Esvair-se aos ouvidos
Aos que ouçam
Que toque
Aos surdos
Lamentos
Que seja um segredo
Conquistado ao decifrar-se
Enquanto dura
Quanto valha
Esta hora absurda
Em transformar o abstrato
Em concreto
O pensando
Em verso
Como um parto
Do invisível
Que sai das entranhas
E morre escorrido à terra
Proferido
Ganha-se vida
Para tão logo
Esvair-se aos ouvidos
Aos que ouçam
Que toque
Aos surdos
Lamentos
Que seja um segredo
Conquistado ao decifrar-se
sexta-feira, fevereiro 19, 2010
Poesia?
Poesia não é enfeite
É necessidade
Não é perfume
É essência
Não é vaidade
É inverso
Poesia vem de uma vida filosófica
Que busca incessantemente o ser
E ainda não o encontrou
Poesia não é arma de sedução
É suspiro do seduzido
Não é artifício
Nem bengala
É forma de ver
É o próprio chão
Não vem de fora para dentro
Vem de dentro para fora
Não é passatempo
É a própria vida
Que passa
É necessidade
Não é perfume
É essência
Não é vaidade
É inverso
Poesia vem de uma vida filosófica
Que busca incessantemente o ser
E ainda não o encontrou
Poesia não é arma de sedução
É suspiro do seduzido
Não é artifício
Nem bengala
É forma de ver
É o próprio chão
Não vem de fora para dentro
Vem de dentro para fora
Não é passatempo
É a própria vida
Que passa
quarta-feira, fevereiro 17, 2010
E Agora?
O carnaval acabou
A máscara caiu
A fantasia rasgou
Foram tantas máscaras e fantasias
Que já não se sabe mais
Qual a verdadeira face
Se já se soube algum dia...
Agora é hora
De voltar para a dura realidade
Todos os palhaços
Foram embora do salão
Se está sozinho novamente
A folia acabou
A grande festa a fantasia terminou
A realidade é muito mais sóbria
Onde estão os foliões?
Como disse Pessoa:
"Estás só. Ninguém o sabe. Cala e finge."
Cada um retornou ao seu mundo
Tão cruelmente individual
E o que sobrou?
Vãs fantasias...
Fugazes euforias...
Talvez esperar
Pelo próximo carnaval
A máscara caiu
A fantasia rasgou
Foram tantas máscaras e fantasias
Que já não se sabe mais
Qual a verdadeira face
Se já se soube algum dia...
Agora é hora
De voltar para a dura realidade
Todos os palhaços
Foram embora do salão
Se está sozinho novamente
A folia acabou
A grande festa a fantasia terminou
A realidade é muito mais sóbria
Onde estão os foliões?
Como disse Pessoa:
"Estás só. Ninguém o sabe. Cala e finge."
Cada um retornou ao seu mundo
Tão cruelmente individual
E o que sobrou?
Vãs fantasias...
Fugazes euforias...
Talvez esperar
Pelo próximo carnaval
sábado, fevereiro 13, 2010
Se Fosse
Penso
Como seria se fosse...
Se fosse
Seria como?
Como é
Como não é
Como não sei
Não sei se seria
Se fosse
Ah... Se fosse
Seria sem saber como
Como não saber se seria
Seria sem saber
Não saberia
Se fosse
Mas não é
E só fico a pensar
Como seria
Se fosse...
Como seria se fosse...
Se fosse
Seria como?
Como é
Como não é
Como não sei
Não sei se seria
Se fosse
Ah... Se fosse
Seria sem saber como
Como não saber se seria
Seria sem saber
Não saberia
Se fosse
Mas não é
E só fico a pensar
Como seria
Se fosse...
A Dança
É nesta dança que eu vou...
Fecho os olhos
Deixo a música penetrar
Meu corpo
Meu passo
Quero apenas dançar
Esquecer
Todas as dores
Todas as partidas
Todas as dúvidas
Dançar
Como se mais nada existisse
Pelo menos agora
Difundir-me ao som
Sentir-me ao fundo
Integrada neste momento
Eterno
E eu apenas uma partícula a vibrar
Com as ondas sonoras
Que me convidam
Me levam
Me embalam
Na dança da vida
Fecho os olhos
Deixo a música penetrar
Meu corpo
Meu passo
Quero apenas dançar
Esquecer
Todas as dores
Todas as partidas
Todas as dúvidas
Dançar
Como se mais nada existisse
Pelo menos agora
Difundir-me ao som
Sentir-me ao fundo
Integrada neste momento
Eterno
E eu apenas uma partícula a vibrar
Com as ondas sonoras
Que me convidam
Me levam
Me embalam
Na dança da vida
Bateu
Veja o vento que passa
Sinta o vento que bate
Não basta passar
Tem que bater
Agitam-se as folhas
As águas ondulam
Veja! é o vento
Que passa...
Que bate...
Mas não basta passar
Ele teve que bater
Nas folhas
Nas águas
em mim
Sinta o vento que bate
Não basta passar
Tem que bater
Agitam-se as folhas
As águas ondulam
Veja! é o vento
Que passa...
Que bate...
Mas não basta passar
Ele teve que bater
Nas folhas
Nas águas
em mim
terça-feira, fevereiro 02, 2010
Sobre Jogos
Pedaços que deixo
Que me desfaço
Caem
Arrancam
Mordem
Estraçalham
Estou sempre a me despedaçar
A deixar partir
Sem mãos para segurar
Apenas no coração devem estar
Se vai
Que vá
Se querem levar
Não vou brigar
Quero apenas
Aquilo que não se segura
Não se detém
Nem se possui
Quero a essência nua
De vaidades, jogos e trapaças...
Que me desfaço
Caem
Arrancam
Mordem
Estraçalham
Estou sempre a me despedaçar
A deixar partir
Sem mãos para segurar
Apenas no coração devem estar
Se vai
Que vá
Se querem levar
Não vou brigar
Quero apenas
Aquilo que não se segura
Não se detém
Nem se possui
Quero a essência nua
De vaidades, jogos e trapaças...
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Sentido da poesia
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