Tormentos, torpores
atordoamentos
na tentativa de se enquadrar
se alinhar, se estabilizar
surgem tonturas
espasmos
sintomas de loucura
do gritante que há
que não tem forma
não segue linhas
nem possui chão
miserável é querer ser rico
ser isso ou aquilo
é querer vestir qualquer máscara útil
que garanta um espaço
ou status
nesse labirinto onipresente
muitos se perdem
se matam
adoecem
no baile de máscaras
ter que encontrar uma máscara
apenas no mercado da esquina
jamais num ateliê
ou fazê-la de barro
de sonhos, de pedaços
a máscara cai
e surge atrás
lágrimas de palhaço
terça-feira, junho 29, 2010
segunda-feira, junho 21, 2010
Jaz
jaz
um estar
que me faz
mais
jaz
um lugar
que me traz
paz
jaz
um amor
que me
compraz
jaz
um som bom
que vem
do sax
jaz
uma música
chamada
jazz
um estar
que me faz
mais
jaz
um lugar
que me traz
paz
jaz
um amor
que me
compraz
jaz
um som bom
que vem
do sax
jaz
uma música
chamada
jazz
sábado, junho 19, 2010
A criança minha
Quem dera ainda sermos
a criança que sonhamos
sem vícios, medos, bloqueios
que o riso fosse fácil
e o pensamento brinquedo
a criança que sonhamos
sem vícios, medos, bloqueios
que o riso fosse fácil
e o pensamento brinquedo
Fim de tarde
Do último veranico
que de maio veio a junho
sinto a quente brisa
a outonal despedida
algo de melancolia
do inverno se aproximando
que de maio veio a junho
sinto a quente brisa
a outonal despedida
algo de melancolia
do inverno se aproximando
Sobre dar
Não temas
ter que dar-me
aquilo que tu mesmo
não tens
Pois que do temer
o que talvez tivesses
já deixaria de tê-lo
e de merecer
ter que dar-me
aquilo que tu mesmo
não tens
Pois que do temer
o que talvez tivesses
já deixaria de tê-lo
e de merecer
Brinquedos
Como ainda uma criança
(pois assim sinto-me e quero-me)
Brinco com as coisas
que ao léu dos meus sonhos
são brinquedos:
um livro, um alimento,
uma vassoura, um argumento
dentro do meu sonho infantil
são brinquedos que me divertem
são castelos, construções,
histórias sem fim, nem começo
(pois assim sinto-me e quero-me)
Brinco com as coisas
que ao léu dos meus sonhos
são brinquedos:
um livro, um alimento,
uma vassoura, um argumento
dentro do meu sonho infantil
são brinquedos que me divertem
são castelos, construções,
histórias sem fim, nem começo
Velha Des-conhecida
É essa outra desconhecida
quem me revela-me
a cada estranha reação
a cada inusitado pensamento
Conheço-me assim
como quem nunca se conhece
que a cada tentativa de aproximação
revela novas máscaras
Máscaras ou faces?
carnavalescas fantasias
multifacetando a mim mesma
Assim vou-me ensinando-me
que sou o que não sou
que sou o que não sei
e que talvez nunca saberei
Vou-me conhecendo-me nos esconderijos
nos por detrás
nos por debaixo
Levanto o véu de maia
e nada encontro que tenha forma
sou-me des-forme, des-conhecida, des-apropriada
Também sou o que não me espero
o que não me faz previsões
o que não me personifica
Sou e serei sempre essa minha velha desconhecida
que ora cá, por vezes lá
misteriosamente me surpreende
quem me revela-me
a cada estranha reação
a cada inusitado pensamento
Conheço-me assim
como quem nunca se conhece
que a cada tentativa de aproximação
revela novas máscaras
Máscaras ou faces?
carnavalescas fantasias
multifacetando a mim mesma
Assim vou-me ensinando-me
que sou o que não sou
que sou o que não sei
e que talvez nunca saberei
Vou-me conhecendo-me nos esconderijos
nos por detrás
nos por debaixo
Levanto o véu de maia
e nada encontro que tenha forma
sou-me des-forme, des-conhecida, des-apropriada
Também sou o que não me espero
o que não me faz previsões
o que não me personifica
Sou e serei sempre essa minha velha desconhecida
que ora cá, por vezes lá
misteriosamente me surpreende
quarta-feira, junho 16, 2010
Será?
Ainda haverá tempo, esperança?
Ainda haverá entrega, bonança?
Haverá chance, mudança?
Seria possível recomeçar?
Seria possível reaprender a amar?
Poderá existir novos horizontes?
Novos caminhos, outras pontes?
Será?
Ainda haverá entrega, bonança?
Haverá chance, mudança?
Seria possível recomeçar?
Seria possível reaprender a amar?
Poderá existir novos horizontes?
Novos caminhos, outras pontes?
Será?
quinta-feira, junho 10, 2010
A vida é bela! (olhe pela janela...)
O sol nasceu
e o dia passou a existir
os olhos se abriram
e eu passei a sorrir
o que eu vi
foi a vida tão bela
quanto pode ser
olhei pela janela
e percebi tudo crescer
flores sementes
pássaros gente
vi que tudo pode ser melhor
que o mundo pode ser maior
que eu e você
podemos ser um só
Vi que compreender
perdoar
tudo é aprender
aceitar
deixar ser
e o dia passou a existir
os olhos se abriram
e eu passei a sorrir
o que eu vi
foi a vida tão bela
quanto pode ser
olhei pela janela
e percebi tudo crescer
flores sementes
pássaros gente
vi que tudo pode ser melhor
que o mundo pode ser maior
que eu e você
podemos ser um só
Vi que compreender
perdoar
tudo é aprender
aceitar
deixar ser
sexta-feira, junho 04, 2010
Navegar é preciso
Tomei o barco
assumi o meu remo
quero chegar ao outro lado
Conquistei o desapego
porque para cruzá-lo
Não se pode levar bagagens
Quis o risco
o caminho tortuoso
imprevisto
Não quero a estrada pronta
quero o rio
que sempre flui
Que nunca é o mesmo
eterno devir
desconhecidamente assustador
Maravilhosamente
libertador:
Sou eu quem navego!
assumi o meu remo
quero chegar ao outro lado
Conquistei o desapego
porque para cruzá-lo
Não se pode levar bagagens
Quis o risco
o caminho tortuoso
imprevisto
Não quero a estrada pronta
quero o rio
que sempre flui
Que nunca é o mesmo
eterno devir
desconhecidamente assustador
Maravilhosamente
libertador:
Sou eu quem navego!
Pacifico
Bem longe
desse barulho moral
distante do bem e do mal
do certo e do errado
do previsível
do esperado
Distantemente
do tribunal social
convenções...
pura invenções!
é mais adiante
mais distante
Um outro lugar
outra esfera existencial
fugindo da univocidade ditatorial
é do outro lado
na margem oposta
que está a paz espiritual
desse barulho moral
distante do bem e do mal
do certo e do errado
do previsível
do esperado
Distantemente
do tribunal social
convenções...
pura invenções!
é mais adiante
mais distante
Um outro lugar
outra esfera existencial
fugindo da univocidade ditatorial
é do outro lado
na margem oposta
que está a paz espiritual
Assinar:
Postagens (Atom)
Sentido da poesia
Alguém me disse que a poesia precisa ter sentido, dizer coisas conexas, senão, não é poesia. O que é ter sentido? Que sentido é esse que s...
-
Todo este deslize, instabilidade, multiplicidade. Todos estes tons, batons, brutalidade melódica dos sons. O que já fui, já fiz, es...
-
As folhas caem Ás vezes deixo-as ao chão Ás vezes varro Mas elas sempre caem...
-
As vezes é preciso odiar o seu interlocutor até a última consequência e deixar aflorar todos os sentimentos e argumentos é preciso se de...