sábado, junho 19, 2010

Velha Des-conhecida

É essa outra desconhecida
quem me revela-me
a cada estranha reação
a cada inusitado pensamento

Conheço-me assim
como quem nunca se conhece
que a cada tentativa de aproximação
revela novas máscaras

Máscaras ou faces?
carnavalescas fantasias
multifacetando a mim mesma

Assim vou-me ensinando-me
que sou o que não sou
que sou o que não sei
e que talvez nunca saberei

Vou-me conhecendo-me nos esconderijos
nos por detrás
nos por debaixo

Levanto o véu de maia
e nada encontro que tenha forma
sou-me des-forme, des-conhecida, des-apropriada

Também sou o que não me espero
o que não me faz previsões
o que não me personifica

Sou e serei sempre essa minha velha desconhecida
que ora cá, por vezes lá
misteriosamente me surpreende

Um comentário:

Jessica disse...

adorei este daqui!
ele me lembra um pouco Fernando Pessoa...rs
gostei bastante viu

bjos

Sentido da poesia

 Alguém me disse que a poesia precisa ter sentido, dizer coisas conexas, senão, não é poesia. O que é ter sentido?  Que sentido é esse que s...