quarta-feira, março 31, 2010
Des-pretensão
Não quero ser mais
do que sou
ser apenas
já é demasiadamente
suficiente...
{ou, basta-me
de ser por hoje...}
(imagem: Wassily Kandinsky)
São Paulo
terça-feira, março 30, 2010
Camélia
Camélia Camélia
Como tu és bela!
A lembrança das tuas cores
dos teus odores
são um verdadeiro consolo
para estes dias de outono
Ai Camélia
tuas pétalas tantas são
que beleza pro outono
que há em meu coração...
As folhas estão caindo
e o meu consolo és tu Camélia
a triste e doce lembrança
da minha Primavera
(imagem: Pablo Picasso)
segunda-feira, março 29, 2010
Logos
For
O que se foi
sexta-feira, março 26, 2010
Paradoxo
O impossível se apresenta
na impossibilidade humana
de acreditar nas possibilidades
A tristeza arrebata
o coração que não mais crê
Ao coração fiel
brilha ao fundo a esperança
mesmo diante de uma tristeza
que sempre provisória
A tristeza nos aprimora
é viva alquimia para a alma e o coração
Com as alegrias
sempre as dores
e com as dores
a alegria
Intrincável paradoxo
da nossa vida
(imagem: Salvador Dalí)
quarta-feira, março 24, 2010
Jazz
Como uma menina
ela brinca
sorri
esquece
se diverte
A brincadeira
é dançar
deixar fluir
ao som
no ar
Soltar o corpo
simples
com as notas
musicais
ao ritmo
instrumental
bateria
baixo
teclado
guitarra
sax
Deixa rolar
tanto faz
o momento
agora
com paz
e alegria
hoje é o dia
de viver
ser você
me ser
ao som
do Jazz
(imagem: Wassily Kandinsky)
Infância
Fragilidade
Dias frágeis
Que se quebram
Como cacos
Deixam-me aos pedaços
Com o coração apertado
Dias frágeis
Que tornam-me forte
Transparecendo as dores
As deixas
A morte
De onde renasço
Com novo semblante
Saio do ovo
Após sentir
A dor do parto
Dias frágeis
Mais que sentimentais
Realça o verde
Arregaça a dureza
Da pedra, do podre
Da áspera parede
Que há entre nós
(imagem: Pablo Picasso)
sexta-feira, março 19, 2010
quarta-feira, março 17, 2010
Sobre Odores
Já ouvi dizer que o cheiro do café
é considerado o melhor cheiro do mundo...
Também gosto muito do cheiro das flores
Do mar
Das plantas
Da terra
Mas para mim o melhor cheiro que há
É cheiro de filho!
é considerado o melhor cheiro do mundo...
Também gosto muito do cheiro das flores
Do mar
Das plantas
Da terra
Mas para mim o melhor cheiro que há
É cheiro de filho!
quarta-feira, março 10, 2010
quinta-feira, março 04, 2010
Corporeidade
Sobre o Feio e o Belo
De nada adianta
a roupa mais bela
Se quem a veste
belo não o for
Até a mais simples
das roupas
Bonita fica
Se a beleza
de quem a veste
se transpor
a roupa mais bela
Se quem a veste
belo não o for
Até a mais simples
das roupas
Bonita fica
Se a beleza
de quem a veste
se transpor
quarta-feira, março 03, 2010
Suli
Pôr do Sol
A cada troca
Uma trovoada
Relampejos em disparada
Cantando pela vida
Dia em noite
Noite em dia
Calor em frio
Frio em calor
Quanto sonho
Quanto despertar
Quanto ardor
Calafrios em versos
Amenas intempéries
Calavancos robustos
Que com a escrita fere
Isso tudo me inspira muito!
Uma trovoada
Relampejos em disparada
Cantando pela vida
Dia em noite
Noite em dia
Calor em frio
Frio em calor
Quanto sonho
Quanto despertar
Quanto ardor
Calafrios em versos
Amenas intempéries
Calavancos robustos
Que com a escrita fere
Isso tudo me inspira muito!
Antes
Antes que se chegue a ciência dos humanos
Bem antes que amanheça o dia
Antes do meio-dia
Que se dê as doze badaladas
Antes que pereça a noite
No mistério soturno da imensidão
Imersa nos delírios negros
Parte profunda da escuridão
Enquanto os astros reluzam
Pairando enfurecidamente em órbita
Mergulhamos no incandescente mistério
Da vida e da morte
Não há ciência ainda
Nem graves tecnologias
Há um vácuo profundo
Preenchendo todos os cantos com poeisa
Lugares cheios de nada
Tão repletos de ser
Tornados abstração infinita
Do vir-a-ser e perecer
Bem antes que amanheça o dia
Antes do meio-dia
Que se dê as doze badaladas
Antes que pereça a noite
No mistério soturno da imensidão
Imersa nos delírios negros
Parte profunda da escuridão
Enquanto os astros reluzam
Pairando enfurecidamente em órbita
Mergulhamos no incandescente mistério
Da vida e da morte
Não há ciência ainda
Nem graves tecnologias
Há um vácuo profundo
Preenchendo todos os cantos com poeisa
Lugares cheios de nada
Tão repletos de ser
Tornados abstração infinita
Do vir-a-ser e perecer
segunda-feira, março 01, 2010
Um Coração
Hoje meu coração está flácido...
Sinto-me frágil e sensível
como a superfície de um lago...
Que tudo recebe,
que tudo percute
Que se comporta de acordo com as intempéries,
que se molda conforme o espaço,
que esquenta
e esfria
conjuntamente com o calor recebido,
que fica azul, rosa, preto,
reluzindo as cores do céu,
que se mantém vivificado com o cuidado
e adoece
com o descaso.
Sinto-me com um coração de gelatina
que ao toque desatina
que com o frio congela
e com o calor excessivo se derrete
Mole,
desajeitado,
vermelho
tudo isso guardado aqui
em meu peito
Como se fosse um vulcão
que com o carinho
entra em erupção
e com o esquecimento...
adormece em solidão.
Sinto-me frágil e sensível
como a superfície de um lago...
Que tudo recebe,
que tudo percute
Que se comporta de acordo com as intempéries,
que se molda conforme o espaço,
que esquenta
e esfria
conjuntamente com o calor recebido,
que fica azul, rosa, preto,
reluzindo as cores do céu,
que se mantém vivificado com o cuidado
e adoece
com o descaso.
Sinto-me com um coração de gelatina
que ao toque desatina
que com o frio congela
e com o calor excessivo se derrete
Mole,
desajeitado,
vermelho
tudo isso guardado aqui
em meu peito
Como se fosse um vulcão
que com o carinho
entra em erupção
e com o esquecimento...
adormece em solidão.
Quem Sou?
Sou o que sou...
e Tudo o que deixo de ser
Sou um pouco do meu pai,
um pouco da minha mãe,
e sou também parte de meus amigos
Sou uma criança
Mas também posso ser gente grande
Assim como sou uma mulher,
mas tenho um coração de menina
Sou triste por muitas vezes,
sem deixar de ser a alegria de viver
Sou também contente,
mas carrego a angústia da existência em meu peito
Sou tudo que já fiz,
e tudo que deixei de fazer
Sou o amor que recebo
e o amor que deixei de dar
Sou humana, sou galáctica,
mas também sou um animal
Sou mundana,
mas por vezes transcendental
Sou minhas palavras e sou o que escuto,
mas também sou o que calo
Sou filha e sou mãe
Sou inteligente
mas também sou ignorante com limitações
Sou livre
Mas vivo presa em meus pensamentos
Sou tudo isso,
e ainda assim percebo
que não sou nada...
e Tudo o que deixo de ser
Sou um pouco do meu pai,
um pouco da minha mãe,
e sou também parte de meus amigos
Sou uma criança
Mas também posso ser gente grande
Assim como sou uma mulher,
mas tenho um coração de menina
Sou triste por muitas vezes,
sem deixar de ser a alegria de viver
Sou também contente,
mas carrego a angústia da existência em meu peito
Sou tudo que já fiz,
e tudo que deixei de fazer
Sou o amor que recebo
e o amor que deixei de dar
Sou humana, sou galáctica,
mas também sou um animal
Sou mundana,
mas por vezes transcendental
Sou minhas palavras e sou o que escuto,
mas também sou o que calo
Sou filha e sou mãe
Sou inteligente
mas também sou ignorante com limitações
Sou livre
Mas vivo presa em meus pensamentos
Sou tudo isso,
e ainda assim percebo
que não sou nada...
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