É como se eu nunca pudesse falar realmente aquilo que penso, da forma que penso, por ser isto e aquilo desqualificado naquele âmbito, naquele lugar. É como se sempre que eu fosse escrever, precisasse vestir uma armadura, uma couraça envernizada, uma camisa de força das minhas formas e ideias... e como se não tivesse ideias, nem argumentos ou discursos.. é como se a minha escrita se dissolvesse no nada, como se nunca alcançasse um patamar de aceitação, de formatação, como se nunca chegasse a ser algo razoável ou possível. Apenas notas de rodapé. Devaneios inúteis, versos dispersos, desperdício de verbo. Nunca tão bom, nunca pronto, nunca certo. Sempre ressentido, magoado, autocentrado, buscando se afirmar. É como se minha voz não tivesse vez, não tivesse valia; é como se minha fala fosse apenas, ou quase, poesia. Como se nunca fosse, sempre no faz de conta, no conto que não se deu conta que nada conta que não seja o argumento preciso, ao modo canônico, na linguagem desadjetivada, neutra e objetiva.
quinta-feira, novembro 30, 2017
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