Eu não queria dizer, mas esse tipo de verdade, que não é bem a Verdade, precisa ser dita. Você, você e você eram pra mim um interdito, um bloqueio e uma barreira que me oprimiam na minha maneira de ser e ver a vida. Não que eu tivesse uma maneira já definida, ou que fosse já muita coisa, mas é que vosso comportamento de superego, de patriarca oniciente, atravessava a minha garganta, algemava as minhas palavras e me fazia gaguejar em pensamentos. O que era isso? O que isso significa? Certamente que eu sou neurótica, e que me sinto perseguida... Mas não tão certamente a neurose encoberta de vocês, a misoginia enfeitada e maquiada que expressavam como caridade compreensiva da inferioridade feminina. Claro, não em relação a todas as mulheres, afinal, existem muitas que se enquadram em seus padrões, modelos e critérios de avaliação. Mas apenas em relação à maioria delas, com suas desordens cognitivas e suas contradições lógicas. E não apenas mulheres, afinal, são muitos os desprovidos da inteligência. Obviamente, falha intelectual do raciocínio. Acreditar na intuição? Apenas se for a de Bergson. Poesia? Só se for a de Fernando Pessoa, Bukówski ou Baudelaire. Ensaios? Os de Montaigne, Hume ou Emerson. Filosofia? Platão, Aristóteles, Descartes, Kant, Hegel, Tarski. Sinceramente, e encurtando esta conversa, o mais importante a dizer é que enquanto vossos luminosos cérebros pensantes incham e pesam com suas linhas de raciocínios brilhantes, o universo segue seu fluxo, os pássaros cantam, o sol brilha, estrelas morrem, pessoas se amam.. a vida continua, e embora todos os vossos esforços em refreá-la, objetificá-la e tornar vossos pensamentos e serviços em mais-valia, a insignificância da vossa análise minuciosa serve apenas para criar doenças metafísicas incuráveis e corrosivas. Mas tudo isso deve continuar sendo ignorado. Não é nada relevante, Afinal, eu não queria dizer, mas esse tipo de verdade, que não é bem a Verdade, precisava ser dita...
sexta-feira, dezembro 01, 2017
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